Sim, eu tô fazendo mudança de novo! Na verdade, acabei de terminar, e escrevo este texto da casa nova, no Norte de Londres, enquanto me aqueço grudada no radiador que fica ao lado da cama (e praticamente dispensa qualquer coberta) e ouvindo o zumbido do frigobar.
Ah, sim: eu não aluguei uma casa inteira, mas um quarto. Afinal, morando em Londres, vai ser difícil alugar minha própria casa. Além disso, não tenho muita pressa para isso: cheguei há pouco mais de dois meses, no meio da pandemia… Mesmo se fosse uma possibilidade alugar um imóvel só para mim, é mais sensato ficar num quarto e economizar um dinheiro.
Isso não me impede de ver milhares de vezes este vídeo e *manifestar* que um dia morarei num apartamento como esse, ok? Mas, por enquanto, tô bem no meu quartinho!
Confesso que não fiz uma grande busca para achar o quarto onde estou agora: a prima de uma amiga estava voltando para o Brasil e fiquei com o dela. Mas, de qualquer forma, quis dividir 5 “descobertas” sobre aluguel em Londres – e coloco entre aspas porque, no fundo, já sabia de tudo isso… Mas, sei lá, ver pessoalmente bateu diferente.
1. Morar sozinho é muito caro
Acho que eu já tinha deixado isso meio claro, né? Mas caro é relativo, então aqui fica a minha retratação: talvez você não ache caro morar sozinho em Londres. Mas é totalmente fora do meu orçamento.
Para ter uma ideia, é só entrar num site de anúncio de imóveis em Londres e procurar. Dificilmente, você vai achar algo tipo kitnet por menos de 900 ou 1.000 libras. Existe, mas não é o comum.
Além disso, tem ainda a questão de como são esses apartamentos. Basta olhar nas fotos: tem lugares que só de ver o anúncio te dá coceira. Tem outros que te fazem se perguntar onde está a cama e raciocinar que é um sofá-cama. Por fim, ainda tem aqueles que parecem bem razoáveis… E ficam na zona 4. Isso sem contar todas as questões com contas, taxas, depósitos… Não é impossível, mas é muito caro pagar aluguel sozinho em Londres. E, se você está chegando agora no país, provavelmente não vai se mudar para um lugar só seu logo de cara.
2. Dividir casa é muito comum
Mas não é só para a gente, que está chegando do exterior, que o aluguel em Londres custa caro. Até entre os londrinos, dividir casa não é raro!
É o que deveria acontecer? Eu acho que não! Afinal, não é normal o custo do aluguel ser tão alto que torna impossível de uma pessoa ter sua própria casa, e a solução seja dividi-la com outras pessoas. Mas isso é assunto para outro post.
Aqui, quero te dizer que dividir casa não é algo tão ruim quanto você imagina. Aliás, é bem tranquilo, na maioria das vezes: todo mundo é adulto e tá fazendo seu próprio corre numa cidade que exige que você tenha o ritmo de uma pessoa treinando para uma maratona.
Além disso, você vai descobrir que não usa sua cozinha ou seu banheiro tanto quanto imaginava, e que ter outras pessoas dividindo esses espaços não é tão ruim. Mas, se for muito apegado ao banheiro, tem quartos que são suítes também (mais caros, claro).
E, claro, tem roommates que são o capeta. Eu nunca encontrei, mas já ouvi/li histórias, rs.
3. Talvez você não seja amigo dos seus roommates
Quando eu comecei a ver quarto aqui, antes mesmo de vir, sempre perguntava para os corretores: mas quem mora na casa? São mais homens ou mulheres? O que eles fazem? Posso conversar com eles antes?
Toda vez, a resposta era a mesma: “são X pessoas, todas trabalham ou estudam”. E eu achava uma resposta bem estranha, até descobrir que é normal que as pessoas nem saibam o nome de quem mora com elas!
Haja visto o meu roommate que, quando perguntei o nome dele, me disse que eu não precisava saber.
Então, não ache que é algo pessoal se seus roommates te tratarem como se vocês estivessem dividindo um Airbnb. Aliás, é meio isso dividir quarto em Londres: como morar em um Airbnb! Mas é realmente normal simplesmente dividir a casa com outras pessoas, mas não ter muita (ou qualquer) intimidade com elas.
No entanto, é claro que pode acontecer de você fazer amizade com as pessoas que moram com você, e não tem nada de errado nisso. Pelo contrário, é ótimo ter uma boa convivência com quem mora com você, né? Mas, se não acontecer, saiba que é normal.
4. Aluguel em Londres é sem burocracia!
Depois do quanto sofri para achar uma casa na Itália, só sabia de uma coisa ao me mudar para Londres: eu não queria dor de cabeça!
E, pelo menos para quem aluga quarto, não tem dor de cabeça nenhuma. Sério mesmo, é zero burocracia!
Para se ter uma ideia, eu entrei em contato com a imobiliária, falei que já tinha visto o quarto e queria alugar. Eles me passaram a conta para fazer o depósito caução, que é de duas semanas, e pediram uma cópia do meu passaporte. SÓ! Nada de contrato de trabalho, comprovação de renda…
Por isso, alugar um quarto aqui é BEM tranquilo. Já alugar um apartamento deve exigir outros comprovantes. Neste episódio do podcast, a Poliana contou como foi alugar o studio onde morava:
5. O aluguel em Londres é cobrado por semana
Essa é a parte que pode causar mais confusão: o aluguel semanal! Até onde sei, os salários também são pagos semanalmente aqui, por isso o aluguel é dessa forma.
Acho que a pior parte disso é se acostumar, mesmo, porque você precisa lembrar de pagar TODA SEMANA o aluguel, em vez de só uma vez por mês! Mas, pensando no depósito e no tempo de aviso antes de sair, é bem melhor!
Afinal, você prefere dar três semanas de aluguel ou três meses como caução – e em libra?? E prefere avisar um mês antes de se mudar, ou duas semanas?
Mas, para quem se planeja mensalmente, o aluguel por semana também pode complicar nos meses de cinco semanas. Então, é necessário sempre dar uma boa olhada no seu orçamento para não ter problemas.
Apesar dessas particularidades, tenho achado bem tranquilo morar em Londres. Naquelas, né: eu cheguei e tive que fazer quarentena, daí teve lockdown, daí tive outra quarentena, depois veio o lockdown e, agora, foi prorrogado. Portanto, não sei muito bem como é viver em Londres… Mas tem sido tranquilo, por incrível que pareça.
Agora, estou empolgada com a “reforma” do quarto onde me mudei – já pintei as paredes, troquei móveis e vou fazer um “diário da reforma” lá no canal, se inscreva aqui para ver quando for ao ar!