10 saudades do Brasil quando você vai morar fora

Estou beirando os 4 meses de Itália e, olha, não tá fácil. Também não tá insuportavelmente difícil, mas a homesickness bate forte às vezes.

Sim, a Itália é linda, as comidas são deliciosas, a qualidade de vida é oooutra coisa e acho que, além de subestimar a saudade que sentiria do Brasil antes de vir, estou subestimando a saudade que sentirei da Itália ao voltar!

Mas tem coisas que são insubstituíveis e tão cotidianas que costumam passar batido no Brasil. E que você nem imagina o quanto vão fazer falta até, bom, sentir falta delas.

Pastel de feira

MEU DEUS, toda vez que alguém posta uma foto de um pastel no Instagram eu tenho vontade de chorar! A Itália tem feira, mas não é igual a nossa: barulhenta, apertada, com todo tipo de fruta e legume… Que saudade de acordar tarde no fim de semana, comer um pastel com caldo de cana e passar o dia todo meio mareada da quantidade de óleo e açúcar <3

Happy hour

Aperitivo é uma coisa linda, sim. Mas aquela hora em que a gente vai pro bar para tomar cerveja barata, falar mal do chefe e reclamar da vida fazem muita falta por aqui. Até porque, até obter a cidadania italiana, nem chefe eu posso ter…

BRL

Não tenho chefe porque não posso trabalhar na Itália. Isso significa que todo o meu dinheiro é em reais e eu gasto em euros, o que não é nada fácil. Por exemplo, um gelato de 2 euros custa, para mim, mais de 8 reais. Uma taça de vinho em um bar pode chegar a custar quase 22 reais! Que saudade que dá gastar na mesma moeda que eu recebo…

Boteco num geral

O conceito do “bar e lanches” é uma coisa bem brasileira. O lugar onde você compra um pão na chapa de manhã, uma parmegiana no almoço, um pão de mel à tarde e uma Original e uma porção de provolone à milanesa perto da hora do jantar é uma instituição que precisa ser reconhecida como patrimônio do nosso país. Especialmente os que ficam abertos 24 horas por dia – é muito difícil comer de madrugada por aqui!

Padaria

Talvez isso seja uma surpresa pra você, mas os pães na Itália não são tão bons. De modo geral, são bem secos e meio sem gosto. Uma vez, me explicaram que é porque, até hoje, as receitas são as mesmas da época da guerra do sal, quando esse ingrediente era tão caro que não dava para usar como hoje. Um pão quentinho e bem macio, recém saído do forno, é algo que eu nunca comi aqui!

Sol

Ok, aqui é uma situação bem específica minha , de ter vindo para a Itália bem no inverno. Mas passar dias com o céu nublado e a temperatura baixa só é legal para quem está a passeio. A bad do frio é real e tem até um nome gringo: winter blues. Pode acontecer até a depressão sazonal, causada pela falta de luminosidade comum no inverno de países em altas latitudes. Ou seja, é péssimo passar calor. Mas ficar no frio europeu também não é nada fácil.

Que vontade de tomar um solzinho no meio da Mata Atlântica

Falar português

Aprender uma nova língua é um desafio muito grande. No nível que estou de italiano, consigo me comunicar e entender o que as pessoas dizem, mas de uma forma muito objetiva, digamos assim. A fluência de mais de 20 anos falando português não virá em alguns meses de Itália, claro, mas como faz falta imprimir a personalidade ao conversar no dia a dia! Sem contar o quanto a cabeça cansa de pensar em italiano o dia todo…

Falando em idioma italiano, escrevo sobre isso na Revista da Babbel!

Respirar dentro de bares

Acho que vou chorar quando ver essa placa de novo

Italiano fuma em tudo quanto é lugar. Não importa se é coberto ou não, se é ao ar livre ou fechado, se tá frio ou calor: sempre vai ter alguém fumando. Isso é algo que me irrita demais por aqui, porque, no estado de São Paulo, é contra a lei fumar em ambientes cobertos. Então, eu não estou nem um pouco acostumada – e nem pretendo me acostumar, porque ficar com o cabelo e a roupa fedendo cigarro não é algo que eu quero incorporar na minha vida.

Vamo? Vamo!

É claro que a gente sente muita saudade dos amigos e da família, mas aqui falo de uma coisa um pouco diferente. Dá para fazer amigos na Itália, claro. Mas existe uma diferença cultural que, muitas vezes, não é escancarada… Só está ali. E ela surge quando você percebe que tem piadas que não fazem sentido, rolês que não empolgam, gostos totalmente diferentes para muitas coisas. Gosto muito das pessoas que conheci na Itália, mas não passa um dia que eu não mande uma mensagem para algum amigo dizendo que lembrei dele aqui…

Detalhes

Isso é muito subjetivo, mas tem pequenas coisas do dia a dia que pesam. Por exemplo, outro dia eu precisei comprar um alicate de cutícula e, resumindo, me conformei a ficar com a cutícula grande. As italianas não costumam fazer as próprias unhas, então é bem difícil (para não dizer impossível) de achar um alicate bom com um preço acessível. De ir ao correio a comprar um snack, as maiores diferenças ficam realmente nos detalhes.

TL;DR: a Itália é show, mas eu não vejo a hora de comer uma feijoada.

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Giovana Penatti

Giovana Penatti

Giovana mal pode esperar pela terça-feira à tarde na qual estará tomando um drink numa praia no Mar Mediterrâneo rindo muito de tudo isso. Enquanto isso, escreve sobre viagem e morar no exterior por aqui!