Visitando o Anel Olímpico e Museu Olímpico e do Esporte, em Barcelona

A vida toda, eu viajei sozinha. Quando me casei, isso praticamente acabou. Não porque meu marido não deixa ou algo do tipo; é que estamos sempre juntos  e gosto de viajar com meu marido também. Viajar com alguém que pensa como você talvez seja até melhor que viajar sozinha.

Mas viajar acompanhada também faz com que você libere espaço na sua agenda para fazer coisas que não são tão importantes para você. E, vale lembrar, a outra pessoa também está fazendo isso o tempo todo! Então, é questão de conversar para organizar o roteiro. Assim, dá para garantir que todo mundo vai fazer tudo o que quer, e, de quebra, a outra pessoa vai ter uma experiência nova!

Foi assim que eu fui parar no Anel Olímpico de Barcelona: um passeio que, para mim, não tinha a menor importância. Mas para o meu marido, que fez esportes a vida toda e tem o grande sonho de ser um atleta olímpico, era SUPER importante.

Anel Olímpico de Barcelona

Como chegar ao Anel Olímpico em Barcelona

Por isso, quando reservamos uma manhã para ir a Montjuic, era praticamente só para ver as instalações da Olimpíada de Barcelona de 1992.

Você pode ir de ônibus (o 55 e o 150 passam exatamente por ali), de teleférico (que leva ao topo de Montjuic, e a descer todo santo ajuda) ou a pé. Fomos, claro, com a opção gratuita: nossas próprias pernas! E não é tão ruim quanto possa parecer, nem tão difícil: o caminho é todo pavimentado e bem sinalizado e, chegando pelo Museu Nacional de Arte da Catalunya, tem até escadas rolantes para ajudar na parte mais cruel da subida.

Me preparando para a viagem, li que os Jogos Olímpicos foram um marco para Barcelona, como costumam sempre ser para a cidade que os sedia.

Barcelona não era um destino turístico tão desejado; aliás, não era sequer percebida como o destino charmoso e vibrante de hoje. Foram os investimentos nesse evento que a colocaram nesse mapa! Por isso, o legado da Olimpíada de Barcelona é um grande case de sucesso.

Os Jogos Olímpicos foram responsáveis por revitalizar algumas áreas da cidade, inclusive Montjuic, que já tinha um estádio que não era usado para nada. Originalmente, ele sediaria uma edição alternativa e antinazista da Olimpíada de 1936, de Berlim. Mas, com a Guerra Civil Espanhola, isso acabou não acontecendo. Portanto, foi só com as reformas para 1992 que o estádio começou a ter utilidade.

Além da reforma do estádio, também foi construído um complexo de esportes em seu entorno que tem quadras e piscinas – a piscina, inclusive, pode ser usada por visitantes. Mas meu marido achou a taxa de 12 euros e uns quebrados muito alta para realizar o sonho de nadar numa piscina olímpica, mesmo com o calor que fazia do fim do verão de Barcelona (quem quiser muito uma piscina pode ir também na piscina pública de Montjuic, mas essa é outra!).

Piscina pública de Montjuic
Essa é a piscina pública, não a olímpica!

Como se a Grécia Antiga fosse hoje

Grudado no estádio, está todo o complexo olímpico. É enorme, e numa posição muito privilegiada. De lá, você pode ter vistas da cidade toda, além de aproveitar a vibe olímpica para ir com seu personal trainer fazer um circuito ou levar seu cachorro para correr ao ar livre. Vimos as duas coisas, mas, talvez por ser um dia da semana, estava praticamente vazio.

Achei curioso como o Anel Olímpico em Barcelona parece ter sido construído para honrar a origem grega da Olimpíada. Com colunas nas laterais que guiam o olhar até uma praça redonda no fim, com a Torre de Montjuic ao lado, é uma sensação de Grécia Antiga moderna! É tudo grande, espaçado, imponente.

Torre de Montjuic e Anel Olímpico

“Imagina ser atleta nessa Olimpíada e ver isso aqui”, disse meu marido enquanto admirava a vista.

A Torre de Montjuic, aliás, é a cereja no bolo desse visual e um dos principais símbolos da Olimpíada de Barcelona. Ela é uma torre de telecomunicações, mas tem o belo design criado pelo arquiteto Santiago Calatrava.

A inspiração foi em um atleta carregando a tocha olímpica. Além disso, sua ponta faz uma sombra na praça ao lado que funciona como um relógio de sol.

Tem até museu

Saindo do Anel Olímpico e passando pelo estádio, você verá também a Tocha Olímpica (ou, como o taxista que me levou ao aeroporto na minha primeira vez na cidade, “o lugar que o arqueiro errou a flecha”). Ela fica do lado de fora do estádio, mas também dá para entrar nele, se quiser, de graça.

Tocha Olímpica de Barcelona

Olha ela ali! A Tocha Olímpica!

E, mais à frente, está o Museu Olímpico e do Esporte. A entrada não é gratuita, mas é baratinha e, quando fomos, estava numa promoção de duas entradas por uma!

Acho que pouca gente visita esse museu quando vai a Barcelona e, sinceramente, eu fui porque estava com meu marido e ele fez questão de visitar.

Ainda bem, porque é um museu bem legal: ele se propõe a contar a história dos jogos olímpicos desde a Grécia Antiga, além de falar dos diversos esportes que fazem ou já fizeram parte dos jogos e reunir memorabilia de atletas que fizeram história.

Ele tem uma estrutura diferentona, que te guia por todo o caminho. É um circuito que começa no piso térreo e vai descendo em uma rampa que dá a volta em todo o espaço enquanto mostra os eventos em ordem cronológica. Além disso, também fala das olimpíadas de inverno, tem (acho que) todas as Tochas Olímpicas e medalhas expostas. No fim do percurso, tem uma grande seção dedicada à história da Olimpíada de Barcelona.

Tentei, mas não dá para mostrar muito bem em foto a estrutura…
As Tochas Olímpicas em exposição no Museu
Vôlei brasileiro em destaque e tênis do Michael Jordan
Estátua em exposição com na parte da Olimpíada de 92
Cartazes de outras Olimpíadas

Problematizadora que sou, não pude deixar de notar que não se fala nada da Olimpíada de 1936 em Berlim, que foi propaganda do Partido Nazista do início ao fim. O acontecimento que é provavelmente o mais emblemático da história da Olimpíada, que foram as quatro medalhas de ouro do atleta Jesse Owens, negro e neto de escravos, na Alemanha nazista, é completamente ignorado pelo museu.

Aliás, depois de saber que o estádio ali ao lado foi construído justamente para sediar uma Olimpíada alternativa e anti-nazista nessa mesma época, o fato de nada ser dito sobre isso me deixou ainda mais confusa.

Vale a pena visitar o Anel Olímpico em Barcelona?

Em todo caso, a visita ao museu é legal! Não é “obrigatória” para quem vai até o Anel Olímpico de Barcelona, mas, se tiver uma horinha sobrando, vale conhecê-lo.

O Anel Olímpico em si também não estaria na minha lista de must-see em Barcelona, a não ser que você realmente queira vê-lo. Isto é, para alguém que não tem alguma conexão maior com jogos olímpicos, talvez não seja nada de mais.

Mas, para mim, ver meu marido emocionado ao pisar no solo sagrado olímpico e imaginar como seria estar ali como parte da elite mundial de atletas valeu o passeio. Às vezes, viajar acompanhada tem dessas: o foco não é em nós, mas a experiência vem de qualquer jeito.

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Giovana Penatti

Giovana Penatti

Giovana mal pode esperar pela terça-feira à tarde na qual estará tomando um drink numa praia no Mar Mediterrâneo rindo muito de tudo isso. Enquanto isso, escreve sobre viagem e morar no exterior por aqui!