O que fazer em Londres em um dia?

Depois de alguns meses morando na Itália, finalmente tomei vergonha na cara aproveitei as passagens baratíssimas para viajar pela Europa e fui passar um dia de folga em Londres!

É óbvio que um dia não é suficiente para “ver tudo” em Londres, mas acho que é daquelas cidades que não importa o tempo que você tiver, nunca será suficiente. Mesmo assim, ainda que você só tenha um dia – em um bate e volta de Paris, por exemplo – , vale muito a pena, ainda mais se a passagem estiver barata como a nossa (pagamos 35 euros ida+volta!)

Neste post, vou dividir o nosso roteiro por lá, não tanto para que você copie passo a passo, mas para saber que dá para fazer MUITA coisa em um dia em Londres!

Mas antes: planejamento!

Em uma viagem de curta duração, é ainda mais importante se planejar para dar tempo de ver tudo que você quer. Também focamos em sightseeing, isto é, não entramos em praticamente nada e optamos por apenas conhecer a cidade.

Eu não curto muito fazer o passo a passo da viagem porque acho que rouba a espontaneidade, então marco no Google Maps tudo o que quero conhecer e vou, ao longo do caminho, checando o que tem por perto.

Dessa forma, nosso mapa de Londres ficou dividido praticamente em um quadrado, com as atrações principais em quatro regiões: a de Camden, da Tower Bridge, do Big Ben e de Abbey Road-Palácio de Kensington.

Para nós, essa última região era mais secundária, então deixamos por último – e, no fim, ficou para a próxima.

Manhã

Como estávamos hospedados em Camden, começamos o dia visitando o Camden Market. Já anote aí que as lojas abrem às 10h, então ficamos quase uma hora zanzando pelo mercado vazio e tomando um café.

A vantagem foi que, como não tinha quase ninguém, pudemos pegar as lojas abrindo, bem tranquilas. A estátua da Amy Winehouse, que costuma ser concorrida, também estava livre. No total, ficamos umas duas horas ali, mas as compras mesmo foram mais rápidas: existem algumas lojas bem legais, com produtos locais (como a To Home From London, de souvenirs fofinhos feitos por uma brasileira!) e brechós, mas boa parte não tem nada que você não encontraria na Galeria do Rock.

Saindo de lá, fomos realizar nossos sonhos de criança: o meu, ver o hotel onde foi filmado o primeiro clipe das Spice Girls, Wannabe; do meu marido, ver a Plataforma 9 3/4! O primeiro fica no Hotel St Pancras Renaissance, que é do lado da estação Kings Cross, onde fica o segundo.

Dica: se possível, andar de ônibus é mais legal – e mais barato – que de metrô! Além dos ônibus cobrirem uma área maior, você vai vendo a cidade ao longo do trajeto e, como você deve saber, os ônibus têm dois andares em Londres e são praticamente uma atração turística por si só

O hotel é gigantesco, lindo, imponente e é impossível não vê-lo e apostar quantos salários custam uma diária. Entrei tomada pela timidez e pela expectativa e fui abordada por um funcionário, que perguntou como poderia ajudar. Soltei a real: “é aqui que fica a escada do clipe Wannabe? Posso ir ver?” e ele, para minha surpresa, falou “sim, é ali do lado, pode ir!”

Imaginei que eles simplesmente deixam todo mundo ir porque, se não deixarem, as pessoas vão tentar de qualquer jeito e causar mais ainda. Mas, no Instagram, uma seguidora disse que não a deixaram conhecer! 🙁 Então, talvez tenha simplesmente dado sorte de ter encontrado um funcionário solícito ou um dia vazio.

Eu imaginava que a escada era maior, mas a emoção de estar ali foi gigantesca. Não sei nem explicar, mas acho que foi a realização de um sonho que eu nem sabia que ainda tinha. Talvez tenha sido bem nesse momento que eu percebi que estar em Londres era um sonho que eu tinha há mais de 20 anos!

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Uma publicação compartilhada por Giovana Penatti (@therealgiovana) em 19 de Jan, 2020 às 3:18 PST

Sentei um pouquinho nos degraus, chorei um pouquinho, tirei fotinhos e fomos para o próximo lugar: a Plataforma 9 e 3/4, que é basicamente uma photo op para fãs de Harry Potter ao lado de uma lojinha com produtos dos filmes.

Tinha fila, mas ela anda BEM rápido: os funcionários são velozes e têm poses padrão para você seguir, o que agiliza muito o negócio todo. Acho que não ficamos nem meia hora esperando para fazer a nossa foto – e fizemos várias, tanto do Gustavo sozinho como os dois juntos.

Tem um fotógrafo profissional que faz a foto e você pode comprar na lojinha, mas também dá para tirar foto da sua própria câmera ou celular. E, se estiver viajando sozinho, eles mesmos pedem para a próxima pessoa da fila tirar a foto para você!

  

Tarde

Depois de conhecer a Kings Cross, fomos almoçar no Leadenhall Market (que inspirou o Beco Diagonal). Nessa mesma região, ficam também a Catedral de St. Paul e o mosaico Queenhithe, que acabamos não conseguindo visitar. Em vez disso, seguimos na outra direção.

A primeira parada foi para conhecer o Sky Garden. Não consegui reservar um horário antes – e tentei com duas semanas, como eles recomendam – , mas conseguimos subir mesmo assim. Não é à toa que o passeio é concorrido: é um jardim coberto a mais de 30 andares de altura, com uma vista panorâmica de todos os lados de Londres. Foi um passeio inesperado, já que não tínhamos a reserva, e muito surpreendente! Além da vista ser linda por si só, todo o jardim em volta deixa ainda mais bonito. Vale muito a pena incluir no roteiro, mesmo se não tiver conseguido a reserva, e tentar a sorte!

Leia também: Como visitar o Sky Garden em Londres (2020)

Até pensamos em tomar um cafezinho lá, mas os preços, claro, são absurdos. Então, seguimos nosso caminho: andamos poucos minutos até a Torre de Londres e a Tower Bridge, compramos um cafezinho ali mesmo e aproveitamos a vista e os raiozinhos de sol que sobreviveram até as quase quatro da tarde (no inverno, o sol se põe umas quatro e meia).

Futuramente, quero fazer o passeio guiado pela Torre de Londres porque fiquei muito curiosa observando de fora algumas estruturas que parecem casinhas! Sei que essa construção já foi uma prisão, uma fortaleza e até palácio real e abriga as jóias da coroa, mas não sei mais nada e acho que seria legal inclui-la em um tour sobre a história de Londres.

Seguindo o passeio, atravessamos a majestosa Tower Bridge e tentamos ir a pé ao longo do Tâmisa até o Big Ben. Por esse caminho, passaríamos por alguns pontos que estavam marcados no nosso mapa, como o Tate Modern, o Shakespeare’s Globe, a Millenium Bridge e até poderíamos ver o mosaico Queenithe, mas acabamos desistindo quando vimos que a caminhada levaria pelo menos 40 minutos.

Nossos pés já estava doloridos e o sol começava a se por, o que significava que ficaria mais frio e, bem, queríamos chegar em Westminster com um pouco de luz, quem sabe até ver o por do sol de lá. Então, pegamos o metrô e fomos até a estação que dá de frente para o Big Ben.

A essa altura, o céu já estava mais fechado, então não rolou um por do sol poético no cenário mais londrino de todos. E, nem se tivesse o por do sol, com o Big Ben em reforma até 2021 a paisagem fica um pouco desequilibrada. Mas lá estávamos nós: de frente para a Elizabeth Tower (que abriga o sino chamado Big Ben), a ponte de Westminster, o Parlamento Inglês e seu jardim, a Abadia de Westminster e a London Eye, tudo a poucos minutos de distância!

A surpresa desta região foi, para mim, o jardim do Parlamento. Ele reúne estátuas de várias figuras politicamente importantes para a Inglaterra e o mundo, como Churchill, Ghandi, Lincoln e Mandela.

Entre elas, há somente uma de uma mulher: a sufragista Millicent Garrett Fawcett. É somente uma, mas é uma! Sabe quando vemos estátuas de mulheres nesses lugares, reconhecida como uma figura política tão importante quanto todos os outros homens representados ali?? Pois é. Deu até um arrepio vê-la. <3

Noite

Quando a noite começou a chegar e tudo ficou com aquela luz azul de inverno, nos direcionamos para o Palácio de Buckingham. É perto dessa região, a uns 20 minutos a pé, e não tem transporte que leve perto o suficiente que compense a carona, então fomos caminhando mesmo.

Ao chegar lá, a primeira exclamação do meu marido foi “é isso aí?!” e acho que traduz bem a sensação do que a gente esperava ver x o que a gente viu. Não achamos um palácio nem tão exuberante, nem tão imponente, nem tão bonito quanto esperávamos. Pelo menos por fora, é bem… decepcionante: só um prédio grande com dois guardas na frente que de vez em quando marcham de um lado para o outro.

Tenho certeza que, para quem faz a visita, disponível em poucas semanas do ano (em 2020, será de 18 de julho a 27 de setembro de 2020), a impressão é totalmente outra. Achamos praticamente dispensável a vista; o que mais aproveitamos, ali, foi poder sentar nos degraus do Victoria Memorial, a imensa fonte que fica em frente.

Já eram quase cinco horas, também conhecida como hora do chá, e fui encontrar uma amiga que vive na cidade para fazermos exatamente isso. Existem infinitas opções de lugares para tomar chá em Londres, e optamos por um que fosse relativamente próximo de onde estávamos, com uma cara fofinha e gostoso, sem precisar ser o chá completo, que pode custar lá pra umas 35 libras.

Com esse briefing, minha amiga nos levou à Peggy Porschen, uma loja de bolos que é bastante conhecida e tem unidades nos bairros de Belgravia e Chelsea. Ela é totalmente instagramável, toda rosa e fofinha, cheia de flores. É quase cafona, mas optei por considerá-la uma casinha de bonecas. Os preços, como você pode imaginar, não são os mais baratos da cidade, mas os cupcakes são realmente deliciosos e o chá, também!

Depois desse momento de descanso e de por o papo em dia em libras, partimos para a última parada do dia: a região de Picadilly Circus. Lá, é possível fazer compras baratas em lojas como a Primark e a farmácia Boots, fazer compras em lojas de grifes, assistir a um musical e até conhecer a Chinatown de Londres.

E, para terminar o dia, voltamos para a região de Camden para um jantar típico: fish and chips no Poppie’s. Também não é um lugar super barato: o prato grande, que dá para duas pessoas, sai por cerca de 18 libras. Mas é muito, mas muito gostoso mesmo, e o ambiente é todo retrô, uma graça!

Visão geral

Londres é uma cidade enorme, com opções de turismo para todo mundo. Então, mesmo que você tenha apenas um dia na cidade, pesquise as atrações que mais quer ver e aproveite! Com certeza, é melhor passar um dia lá do que não ter sequer ido. E, se sua primeira impressão for como a minha, é capaz de você já estar com o Google Flights aberto no aeroporto pensando quando dá para voltar. <3

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Uma publicação compartilhada por Giovana Penatti (@therealgiovana) em 18 de Jan, 2020 às 8:59 PST

Mapa

Esse é o mapa que criei com os meus pontos de interesse na cidade – além dos mencionados neste post. Se quiser, pode copiar e adaptar para a sua viagem! 😉

Veja também os outros posts do blog sobre Londres:

Video

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Giovana Penatti

Giovana Penatti

Giovana mal pode esperar pela terça-feira à tarde na qual estará tomando um drink numa praia no Mar Mediterrâneo rindo muito de tudo isso. Enquanto isso, escreve sobre viagem e morar no exterior por aqui!